
Quando o peso impacta o bem-estar: entendendo a obesidade infantil
A obesidade infantil é uma condição cada vez mais comum e multifatorial. Como endocrinologista pediátrica, vejo que muitas famílias se sentem perdidas entre culpa e insegurança. Meu papel é acolher, escutar e orientar com empatia e ciência.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 340 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos estavam com sobrepeso ou obesidade em 2016. No Brasil, estima-se que uma em cada três crianças apresente excesso de peso.
A obesidade na infância pode afetar o desenvolvimento físico, emocional e social da criança. Também está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares, resistência à insulina, hipertensão, apneia do sono e baixa autoestima.
Na consulta, investigo os hábitos alimentares, a rotina de sono, a prática de atividades físicas, aspectos emocionais e o histórico familiar. Faço uma avaliação clínica cuidadosa e solicito exames quando necessário, como perfil lipídico, glicemia, função hepática e hormônios.
A abordagem precisa ser individualizada e respeitosa. Fugimos de julgamentos e metas rígidas, priorizando avanços sustentáveis na rotina da criança. Pequenas mudanças, quando bem orientadas, fazem grande diferença.
Mais importante que o número na balança, é garantir que a criança se sinta segura, compreendida e estimulada a construir hábitos mais saudáveis com autonomia e autoestima.